sábado, 16 de agosto de 2008

Brasil mostra que ainda tem poder de reação, vence a Polônia e se classifica


Seleção brasileira masculina de vôlei dá a volta por cima após a derrota para a Rússia e chega às quartas-de-final dos Jogos Olímpicos de Pequim

Pressionado nos Jogos Olímpicos de Pequim após a derrota para a Rússia, o Brasil mostrou que continua forte e ainda consegue se superar nas adversidades. Tendo o seu poder de reação colocado à prova, a seleção brasileira respondeu bem à pressão e conseguiu um importante resultado sobre a Polônia, a vitória da classificação às quartas-de-final. Diante do, até então, líder invicto do Grupo B, os brasileiros, que contaram com o retorno do capitão Giba, aplicaram 3 sets a 0, com parciais de 30/28, 25/19 e 25/19.

O triunfo aponta que nada mudou na equipe. Derrotas sempre acontecem, e que na seleção de vôlei não é diferente. Desde o início da “Era Bernardinho”, que começou em 2001, perder um jogo durante a fase de classificação se tornou um hábito na seleção brasileira. Os três principais títulos do Brasil nos últimos anos, os Mundiais de 2002 e 2006 e os Jogos Olímpicos de Atenas 2004, aconteceram após derrotas na primeira fase.

No Japão, no Mundial de 2006, a França superou a seleção brasileira por 3 a 1. Considerado como um ‘tapa na cara’ pelos jogadores, o Brasil exterminou os adversários que encontrou no caminho e subiu no lugar mais alto do pódio. Antes, porém, tanto no Mundial de 2002, realizado na Argentina, quanto nas Olimpíadas da Grécia, os algozes da seleção brasileira foram os Estados Unidos. Assim como em 2006, após as derrotas, o Brasil embalou e triunfou no fim. Que a história se repita em Pequim.

Início truncado entre Brasil e Polônia
O jogo começou tenso. Os três primeiros pontos do Brasil foram de erros de saque da Polônia. A seleção não marcou. Mas, ao mesmo tempo que os poloneses favoreciam os brasileiros, eles pontuavam em ataques: 3 a 3. Marcelinho apostou em Dante no fundo para sair na frente. O ponteiro acertou, mas errou na seqüência, deixando 6 a 4 no placar. Buscando uma nova opção, o levantador brasileiro puxou André Nascimento na saída. Por ali insistiu bastante, permitindo que o bloqueio adversário marcasse a jogada. O central Gustavo foi uma boa escolha antes do primeiro tempo técnico obrigatório. Fez o sétimo ponto, mas não impediu que a Polônia ficasse na frente.

No retorno à quadra, o saque polonês resolveu entrar forte. O passe brasileiro se viu em apuros, principalmente com Dante. O capitão Giba, de volta à seleção após ter sido poupado em outros jogos por estar com dores no ombro direito, chamou a responsabilidade. Junto com Gustavo, fez um bloqueio e igualou o jogo em 13 a 13. O Brasil só conseguiu passar à frente no 17º ponto, quando André Nascimento cravou em um contra-ataque. O bloqueio brasileiro, que até o momento pouco fazia, começou a amortecer o ataque rival, o que facilitou o contra-ataque. O técnico da Polônia, o argentino Raul Lozano, sentiu o bom momento do Brasil e pediu tempo.

A parada esfriou os brasileiros. André Heller foi bloqueado e, desconcentrado, Dante pisou na linha no ataque de fundo. Foi a vez de Bernardinho parar o jogo. A Polônia conseguiu retomar a liderança forçando o saque em Dante, que errou dois passes. Novamente, o técnico brasileiro pediu tempo. O bloqueio do Brasil voltou a funcionar, e um erro da Polônia igualou a partida em 23 a 23. Uma bola de xeque de Gustavo pôs o Brasil na frente. Foi quando começaram as trocas de set point, que só pararam quando Dante, pelo fundo, fechou em 30 a 28.

Provocação para 'atiçar' o capitão
Um Brasil muito mais centrado entrou em quadra no segundo set. Diferente do período anterior, a Polônia não teve chance de ficar à frente do placar. Dante deu lugar a Murilo, que equilibrou mais o passe. Assim, a seleção teve mais calma para rodar. Marcelinho, com a bola na mão, teve como distribuir as bolas, tirando o ataque da parede polonesa. Um bloqueio de Gustavo ampliou a vantagem para três pontos: 10 a 7. A diferença se manteve. Com 20 a 17. Giba se estranhou com Wlazly na rede. Os dois se encararam e o capitão deu uma risada irônica. Em seguida, um ace arrancou uma gargalhada. Foi quando a confiança se reinstalou e a seleção fechou em 25 a 19.

O terceiro set foi uma perfeita continuação do segundo. Embalado e mostrando muita vibração, sensação que tinha se apagado em certos momentos nos últimos jogos, o Brasil liderou de ponta a ponta. Murilo foi essencial para o passe, tanto que Dante não voltou mais. Giba continuou como um gigante, crescendo da linha de 3 metros e fugindo do bloqueio polonês. As provocações continuaram. O capitão seguia encarando Wlazly, mas quem levou a melhor foi o brasileiro. Gustavo ajudou no meio-de-rede, André Nascimento fez seu melhor set na saída, Serginho foi fundamental para os contra-ataques e, com um grupo unido, o Brasil finalizou em 25 a 19.

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