terça-feira, 19 de agosto de 2008

Time de Dunga leva chocolate da Argentina e dá adeus ao sonho do ouro


Para alegria do sogro Maradona, Agüero marca duas vezes e comanda vitória por 3 a 0 sobre o Brasil. Agora, só resta a seleção feminina

O sonho está, mais uma vez, adiado. Ronaldinho & cia. caíram diante da Argentina nesta terça-feira, no Estádio dos Trabalhadores em Pequim, de forma melancólica. Sob aplausos de Diego Maradona no Estádio dos Trabalhadores em Pequim, a equipe de Messi, Riquelme e Agüero devolveu o 3 a 0 da derrota para o Brasil na final da Copa América de 2007 e vai defender a medalha de ouro das Olimpíadas contra a Nigéria, sábado, no Ninho do Pássaro. Ao futebol brasileiro, resta torcer para a seleção feminina, que busca o título na quinta-feira, contra os Estados Unidos.

Quem foi ao estádio ver o duelo entre Messi e Ronaldinho acabou vendo o genro de Maradona brilhar: Agüero, que leva o nome da namorada Gianina Maradona na chuteira, fez dois gols e sofreu o pênalti convertido por Riquelme. O time de Dunga perdeu a cabeça no fim do jogo e ainda teve dois jogadores expulsos por faltas violentas no volante Mascherano: Lucas e Thiago Neves.

Atual campeã olímpica, a Argentina encara a Nigéria no sábado, à 1h (de Brasília), na disputa pelo ouro. O Brasil volta a campo contra a Bélgica, sexta-feira, às 8h (de Brasília), em Xangai, para ver quem fica com a medalha de bronze.

Messi mais objetivo que Ronaldinho



No primeiro tempo, a partida ficou concentrada em seus dois principais nomes: Ronaldinho e Messi. Do lado brasileiro, o camisa 10 aparecia mais pelo lado esquerdo, com bom controle de bola, mas sem muita objetividade. As tabelinhas com Marcelo funcionaram poucas vezes, e o novo craque do Milan pecou em prender demais as jogadas.

Messi era mais objetivo. Sempre que pegava na bola, era sinal de perigo. A torcida percebeu isso. No início, Ronaldinho era o mais aplaudido pelos chineses. Com o decorrer do primeiro tempo, os torcedores já gritavam por Messi. E os brasileiros passaram a pará-lo com faltas.


O primeiro chute foi argentino. Aos 2 minutos, Mascherano tentou de fora da área, bem longe. O Brasil respondeu aos 5, com Sobis, que bateu cruzado da esquerda para fora. Pela direita, a seleção de Dunga criava seus principais lances com Rafinha, como aos 11: o lateral deu um lindo drible em Monzon e cruzou rasteiro, mas Sobis passou da bola, sem conseguir tocar nela.

A resposta argentina veio em um minuto. Agüero driblou Breno e Alex Silva na área e chutou rente à trave esquerda de Renan. O último lance de perigo da etapa inicial foi de Messi. O jovem craque aproveitou falha de Rafinha, roubou a bola e entrou na área. Mesmo franzino, ganhou a dividida com Breno na área e chutou bem, mas Renan rebateu. A bola ainda passou perto de Agüero na pequena área, mas o atacante não a alcançou.


Genro de Maradona desequilibra



O genro de Maradona deixou para acertar a bola no segundo tempo, para azar de Renan. Logo aos 7, Di Maria recebeu de Gago na esquerda e cruzou para a área, e Agüero tocou de peito para o fundo da rede e abriu o placar: 1 a 0 para os hermanos. Um minuto depois, o Brasil quase empatou. Rafael Sobis dominou fora da área e arriscou, acertando a trave direita de Romero.

Enquanto Ronaldinho mal pegava na bola, Messi resolveu partir para cima da zaga de novo. Aos 13, recebeu pelo meio da área, carregou para o lado direito sem receber marcação e tocou para Monzon. O lateral cruzou rasteiro, e Agüero, sozinho na pequena área, colocou a bola para dentro do gol de novo: 2 a 0.

O placar fez Dunga se mexer. O técnico tirou Hernanes e Rafael Sobis para colocar Thiago Neves e Alexandre Pato. E o atacante do Milan chegou a balançar a rede, mas em impedimento: aos 19, Ronaldinho Gaúcho cobrou falta e acertou a trave, Marcelo pegou o rebote e Pato tocou para o gol, mas em posição irregular.

Jô ainda entrou para reforçar o ataque, mas na defesa o Brasil vacilava. Aos 29, Breno fez falta em Agüero dentro da área. Pênalti que Riquelme cobrou aos 30 e converteu: 3 a 0.

O gol acabou com a calma do Brasil. Dois jogadores foram expulsos por falta no volante Mascherano: Lucas, aos 35, e Thiago Neves, aos 38.

Depois, foi só ver a Argentina tocar a bola e ter que esperar mais quatro anos para outra chance de ouro no futebol masculino.

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